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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Água mineral: 3 marcas impróprias para consumo em Aracaju

Análise das águas minerais foi feita a pedido do vereador Robson Viana (PT), motivado pelo grande número de reclamações da população.


Das seis marcas de água mineral comercializa das em Aracaju que tiveram os produtos analisados no Instituto de Tecnologia e Pesquisa de Sergipe (ITPS), a pedido do vereador Robson Viana, três apresentaram alto nível de coliforme fecal. Segundo o parlamentar, o laudo do ITPS já foi encaminhado para a Coordenadoria Estadual da Vigilância Sanitária (Covisa) para uma análise mais profunda da água engarrafada em Sergipe diretamente nas fontes de São Cristóvão e Estância. “Entrei em contato com a Covisa na última sexta-feira e eles me pediram um prazo de mais dez dias para me entregar o resultado desse estudo”, informou. A comercialização de água mineral contaminada em Aracaju foi tema de debate na Câmara de Vereadores no mês de abril.

Segundo o parlamentar, a iniciativa de colher as amostras e enviar para análise no ITPS partiu de reclamações de populares. “Muitas pessoas, inclusive do meu círculo de amizades, pediram-me, enquanto vereador, para tomar uma providência, ou fazer uma denúncia sobre a qualidade da água mineral vendida na capital sergipana. Muitos disseram que trocaram de marca porque aqui tem várias que são de qualidade duvidosa, por causa da cor ou gosto diferente”, declarou. Ele disse que foi informado pela Coordenadoria de Vigilância Sanitária do município que em Aracaju tem cerca de 300 pontos de venda de água mineral e que desses só oito são cadastrados no órgão para o devido funcionamento.

Isso levanta outra questão quanto à qualidade da água mineral comercializada em Aracaju, que é a do acondicionamento e armazenamento, dentre outros cuidados que também já foram temas de audiência no Ministério Público Estadual (MPE). Robson Viana acredita que, como não há fiscalização, muitos vendedores falsificam a água, enchendo os vasilhames com água da torneira. “Muitos vendedores vendem a água da torneira da casa deles. Tem alguns vasos que dá para tirar os lacres facilmente e dá para eles fazerem isso”, disse Robson Viana, ao acrescentar que também solicitou à Vigilância Sanitária de Aracaju para fiscalizar os pontos de venda de água mineral em fevereiro de 2009.

“Mas só tive a resposta deles no mês de agosto. Disseram que tem muitos pontos de venda em Aracaju e eles não têm condições de fiscalizar”, afirmou. O parlamentar disse ainda que está cobrando uma ação da Covisa porque o laudo do ITPS foi feito somente nas amostras de seis marcas de água mineral que ele mesmo colheu. “Levei os seis garrafões para o ITPS e paguei a análise do meu dinheiro. Quando o resultado saiu enviei para a Covisa. É por isso que estou cobrando uma posição. Eles disseram que têm dificuldades de fazer essa fiscalização na fonte”.

Robson Viana informou ainda que em Aracaju existem outras marcas de água mineral, além das seis que ele solicitou a análise do ITPS.

De acordo com ele, somente após o resultado do laudo da Covisa é que os nomes das marcas de água mineral com alto teor de coliforme fecal serão divulgados. “Aguardo esse resultado para passar para a população de Aracaju”, disse, ao ressaltar que a licença das distribuidoras do produto também está sendo verificada. “Algumas distribuidoras podem estar com as licenças canceladas. E vamos passar isso para a população também, caso seja confirmado”, destacou.

A auxiliar administrativo Beatriz Silveira disse que tem dúvidas sobre a qualidade da água mineral de algumas marcas. “Já mudei de marca várias vezes. A última foi essa semana. Uma vez troquei por causa do vasilhame que sempre vinha muito sujo. Outra vez foi por causa da água mesmo, que estava com gosto diferente. Só não era água mineral, parecia mais que era da torneira. E pelo gosto a gente sabe diferenciar”, declarou.

A estudante Michelle Ramos disse que também está sempre trocando de marca. “Nunca fui fiel a uma marca, mas já desconfiei de algumas e não comprei mais. Mas acredito que realmente muitos enchem os vasilhames da própria torneira”, disse. Já o professor Bosco Oliveira informou que nunca teve problemas com água mineral. “Nunca desconfiei. Mas se estão dizendo que tem marca com alto teor de coliforme fecal, a gente precisa saber qual é para não comprar mais. Se a gente compra água mineral é porque quer água mineral. Se for para tomar água da torneira não preciso comprar em outro lugar. Tenho em casa”, declarou.

Texto: Moema Lopes / Foto: Maria Odilia/Arquivo JC

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