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terça-feira, 20 de abril de 2010

Empresas gaúchas confirmam expansão de produtos mais saudáveis


Itens mais ingeridos variam por região, sob a influência direta do clima

Foto: Gilmar Luís/JC

 Marcos Giesteira
Segundo Eggers, venda do Frukito cerca de 15% ao ano. 
Apesar da tradição na linha de refrigerantes, o segmento de sucos - composto pelo repositor energético Frukito - é o que mais se expande na Bebidas Fruki. Segundo o diretor-presidente da empresa, Nelson Eggers, desde que foi lançado, em 2003, o produto tem aumento médio de vendas de 15% ao ano. Para 2009, ele projeta uma alta aproximada de 7% no volume de comercialização da água mineral Água da Pedra, enquanto os refrigerantes - guaraná, laranja, limão, cola e uva - devem crescer apenas 3%. A fábrica estima deter uma fatia de 12% a 13% do mercado gaúcho de refrigerantes, que chega a 800 milhões de litros por ano, e de 26% no segmento de guaranás.
        Na avaliação do empresário, o consumo de refrigerantes ainda é muito baixo no Brasil - 76 litros/ano - se comparado com outros países como o Chile e a Argentina, onde o consumo per capita é de 115 litros e 130 litros, respectivamente. Para ele, o clima influencia diretamente na demanda, mas o poder aquisitivo das pessoas é decisivo para impulsionar a sede. “A nossa expectativa é que o consumo aumente. Deveria ser muito maior, mas os números apontam que está melhorando o padrão de vida das pessoas e isso refletirá nas vendas”, espera.
        Em relação ao ano passado, a Águas Minerais Sarandi calcula elevação de 12% nas vendas água mineral e de sucos e de 8% nos refrigerantes. Com uma produção média de um milhão de dúzias mistas por mês, a ideia é seguir a tendência atual de valorização dos produtos naturais e investir em sucos e água. Conforme o diretor comercial da Sarandi, Jairo Zandona, a venda de refrigerantes vem caindo na maior parte do mundo. “O Brasil é um dos raros países que apresenta crescimento nesse segmento. Aqui, temos um aumento médio de 3% na demanda”, analisa. Para ele, outro fator que influencia diretamente a comercialização de bebidas, principalmente na região Sul, é a sazonalidade. De acordo com Zandona, nos meses de verão, como janeiro, o consumo chega a ser 60% maior do que no inverno.
       O diretor da Itati Água Mineral, Marcos Netto, cita a Feira Mundial de Alimentos, realizada em Anuga, na Alemanha, como prova da nova tendência mundial. Segundo ele, que esteve presente na edição deste ano, cerca de 60% das gôndolas de expositores do setor de bebidas eram de água mineral e apenas 25% mostravam refrigerantes. Na empresa, especializada na produção de garrafões de 20 litros de água, a comercialização vem mantendo uma elevação média entre 30% e 50% nos últimos 10 anos.
Netto acredita que os consumidores estão optando pela água não só pelo fator fisiológico, para “matar a sede”, mas pelas vantagens que ela oferece para a saúde. “Quem incorpora a água mineral, dificilmente retorna para a água da torneira ou para o refrigerante”, garante.

Água e sucos crescem na preferência do público

       Consumidas normalmente durante as refeições ou nos meses de calor mais intenso, as bebidas não alcoólicas vêm conquistando uma fatia cada vez maior do mercado, principalmente o público que busca produtos mais saudáveis e naturais, como a água mineral e os sucos de frutas. A água é o produto com maior penetração, consumido por 90% das pessoas. Enquanto isso, dois terços dos brasileiros bebem refrigerantes, sucos e cafés e cerca de 50% tomam bebidas lácteas. Em média, um brasileiro consome dois litros de bebidas não alcoólicas por dia, valor que é maior no verão do que no inverno.
As informações fazem parte do Liquimetric - estudo de hábito de consumo de líquidos realizado pela empresa de pesquisa GfK -, que avalia a ingestão de bebidas não alcoólicas no País, por meio do preenchimento de diários de consumo. A amostra foi composta por 1,5 mil brasileiros entre um e 55 anos de idade, das regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.
       O estudo também mediu a quantidade de volume ingerido por dia de cada uma das categorias. A água é a bebida mais representativa, constituindo 37% do volume de líquidos não alcoólicos ingeridos pelo brasileiro por dia, seguida pelos refrigerantes (19%) e sucos (18%). As bebidas lácteas aparecem na 4ª posição, com 12% do volume de consumo, seguidas pelos cafés (10%) e chás (3%).
       Ao observar o índice por regiões, é possível verificar a influência do clima no consumo de produtos. O maior exemplo é o fato de 20% do volume das bebidas consumidas em Porto Alegre serem chás, enquanto a média das regiões avaliadas é de 3%. Essa predominância também ocorre ao se comparar o volume de água bebido em Recife (49%), que é 12 pontos percentuais a mais que a média geral (37%).
        O maior consumo ocorre fora das refeições (59%). Durante o almoço e o jantar são bebidos 29% da quantidade de líquidos não alcoólicos, enquanto no café da manhã são tomados 12%. A penetração de bebidas light ou diet ainda é baixa no País. Mais de 90% do volume ingerido é de bebidas regulares.
Fonte: Jornal do Comercio

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