Contaminação do lençol freático por nitrato, problemas de higienização das caixas de água das residências, além do calor insuportável são fatores que contribuem para o consumo cada vez maior de água mineral ou mesmo de água purificada (água natural adicionada de sais), produto tido como saudável e que pode ser encontrado em qualquer mercadinho e até nos postos de gasolina.
Contudo, a compra do galão de água mineral não garante ao consumidor imunidade contra as doenças de transmissão hídrica caso a indústria e o comércio não adotem boas práticas de fabricação e comercialização.
De acordo com Marcos Sérgio de Araújo Guerra, subcoordenador da Vigilância Sanitária do Rio Grande do Norte (SUVISA), o consumidor pode ficar tranqüilo com relação aos produtos comercializados no Estado que são produzidos por indústrias locais, pois o controle de qualidade da água mineral é feito mensalmente pela SUVISA, que recebe os laudos enviados pelas empresas e realiza uma contra prova através do Laboratório Central (Lacen), referência em análises laboratoriais do Estado.
Ao todo, no Estado existem 14 empresas de água mineral natural e 7 de água purificada. Segundo Guerra, nos últimos anos, o resultado desse acompanhamento não apresenta problemas de contaminação na água engarrafada, o que confere às industrias de água mineral natural do Estado o certificado de Boas Práticas de industrialização. Mesmo assim, o sanitarista lembra que qualquer pessoa pode solicitar à empresa um laudo referente ao lote de fabricação do galão suspeito de contaminação.
“Todo o processo de industrialização da água mineral é bastante rigoroso, pois antes mesmo do empresário abrir uma fábrica tem que cumprir uma série de exigências feitas pelo Ministério de Minas e Energia através do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), incluindo a apresentação da produção seguida dos laudos todo ano. Já a produção é acompanhada mensalmente pela SUVISA, um cuidado rigoroso de verificação da qualidade da água através da contra-prova laboratorial, tendo em vista que a água contaminada pode transmitir doenças. Quanto à comercialização, a fiscalização é feita pela COVISA municipal”, disse.
O controle de análises laboratoriais de águas minerais da SUVISA informou que as contra-provas das análises feitas em janeiro foram positivas indicando que até agora, a água mineral produzida no Estado está em condições ideais para o consumo. Mesmo com todo esse controle de qualidade, Marcos Sérgio observa que o cidadão não está totalmente protegido de doenças, pois as más condições de armazenamento e do manuseio do galão são responsáveis pela maioria dos casos de contaminação da população.
“A Agência Nacional de Vigilância Sanitária já providenciou uma Resolução específica para o setor de água mineral que regula a industrialização, o transporte e a comercialização desse produto. A lei terá validade a partir de março, mas enquanto não estiver vigorando, o consumidor deve observar algumas medidas de segurança como a verificação do rótulo do garrafão para conferir se o produto é registrado no DNPM; observar se o garrafão não está com amassado ou com rachaduras; não comprar galão que esteja exposto ao sol, pois essa condição pode alterar a composição do liquido e propiciar o surgimento de algas; também deverá evitar a compra de garrafões em postos de gasolina para evitar a contaminação ou impregnação de odores indesejáveis; por último, providenciar a higienização do garrafão antes de utilizá-lo”, finalizou.
Serviço
Dúvidas ou denúncias sobre água mineral e outros produtos alimentícios industrializados podem ser tiradas através do setor de alimentos da SUVISA no telefone 3232-2528 ou através do site www.suvisa.rn.gov.br.
Em busca da padronização
De acordo com Roberto Serkis, presidente do Sindicato das Indústrias de Cerveja, Refrigerantes, Água mineral e Bebidas em geral do RN (SINCRAMIRN), as empresas do Estado que produzem e engarrafam água mineral são referência no país de boas práticas para industrialização, um destaque conquistado nos últimos três anos através de um trabalho de capacitação e entrosamento com a ANVISA.
De acordo com Roberto Serkis, presidente do Sindicato das Indústrias de Cerveja, Refrigerantes, Água mineral e Bebidas em geral do RN (SINCRAMIRN), as empresas do Estado que produzem e engarrafam água mineral são referência no país de boas práticas para industrialização, um destaque conquistado nos últimos três anos através de um trabalho de capacitação e entrosamento com a ANVISA.
“O SINCRAMIRN foi uma das poucas instituições do ramo no país que participou das consultas públicas para a implementação da nova legislação para o setor, no caso a Resolução número 173 da ANVISA. Nossa intenção com essa lei é proteger o produto que sai da fábrica, pois os fabricantes têm a consciência de que tanto a água quanto o garrafão atendem a todo o controle de qualidade exigido pelos órgãos reguladores, contudo, problemas de contaminação por odores, vetores ou pragas urbanas acontecem durante o transporte e o armazenamento nos comércios”, disse.
O industrial lembrou ainda que para a nova lei prevista para entrar em vigor a partir de março não pegar o setor de surpresa, o SINCRAMIRN realizou nas cidades de Natal, Mossoró e Caicó, entre os dias 22 e 25 de janeiro o primeiro encontro estadual dos distribuidores e revendedores de água mineral.
“Conseguimos muitos avanços para o setor e essa regulamentação é uma prova desse empenho. Esperamos que os distribuidores e revendedores compreendam a importância dessa lei tanto para o setor quanto para o consumidor e providenciem as devidas adequações. Mas a luta por melhorias na indústria de água mineral ainda não terminou e o próximo passo é a padronização dos garrafões no Estado como já ocorre em São Paulo e no Paraná.
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