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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Senado rejeita indicado do PMDB para diretoria da agência de águas (ANA)

          Numa prática pouco comum no Legislativo, o Senado rejeitou nesta quarta-feira a indicação de Paulo Rodrigues Vieira para a diretoria da ANA (Agência Nacional de Águas). Com apenas um voto de diferença, no placar de 25 votos favoráveis e 26 contrários, os senadores barraram o nome de Vieira --que era indicado pelo PMDB para o cargo.Vieira tinha o apoio do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e do líder do partido na Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
          Os senadores emplacaram a indicação mesmo depois de o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) ter escolhido um nome técnico da ANA para o cargo.
         Como a votação é secreta, senadores governistas apoiaram a rejeição do nome de Vieira. O senador Cícero Lucena (PSDB-PB) ironizou a derrota dos peemedebistas ao afirmar que, no caso da indicação para a ANA, Minc "tem mais força" que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva --aliado de Sarney e Renan.
         O senador Magno Malta (PR-ES) disse que a rejeição do nome de Vieira não tem relação com a sua capacidade técnica para o cargo. Na opinião do senador, o nome do indicado foi barrado por ter sido avalizado pelo presidente Lula.
         "Esse cidadão que acabou de perder a votação é um técnico e é um homem de bem. Senão fica parecendo que foi rejeitado porque não é. Ele é uma indicação pessoal do presidente [Lula], contra a vontade do ministro do Meio Ambiente. Então, ele fez a sua mobilização e o rapaz perdeu não porque não é boa gente nem preparado. Ele é preparado, só que houve uma campanha porque ele foi colocado pelo presidente da República", afirmou Malta.
Com a rejeição do nome de Vieira, o governo terá que fazer uma nova indicação para a diretoria da ANA.

Impasse

         O nome de Vieira foi rejeitado numa segunda votação no plenário do Senado. Na primeira, realizada minutos antes, o placar acabou empatado em 23 votos favoráveis e 23 contrários. Sarney realizou nova votação em seguida, que resultou na rejeição do nome de Vieira.
         Líderes governistas, que sempre trabalham para reverter placares desfavoráveis ao Executivo, não entraram em campo para tentar evitar a derrota do indicado. Nos bastidores, senadores afirmam que a paralisia dos governistas foi represália ao recente embate entre PT e PMDB pela indicação à vice-presidência na chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Palácio do Planalto.
          Na semana passada, Lula disse que os peemedebistas teriam que indicar uma lista tríplice para Dilma escolher quem seria o seu vice. A declaração do presidente irritou a cúpula peemedebista, que reagiu com a ameaça de candidatura própria à Presidência da República.

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