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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Polícia vai prender em flagrante comerciantes que elevarem preço da água em Valadares

Ana Lúcia Gonçalves - Hoje em Dia

Leonardo Morais
Gilson Dutra chegou a vender 1.400 galões de água mineral por dia, em Governador Valadares

Policiais civis e militares de Governador Valadares, no Leste do Estado, vão percorrer a partir da tarde desta quarta-feira (11), os estabelecimentos comerciais da cidade para orientar e prender em flagrante os comerciantes que elevaram o preço da água mineral. Galões com 20 litros que antes custavam R$ 8,00 estao sendo oferecidos por R$ 20,00.

O rio Doce é a única fonte de captação de água em Valadares, mas o trabalho foi suspenso por causa da lama da Samarco. Sem água nas torneiras, a maior cidade do Vale do Rio Doce, com 280 mil habitantes, enfrenta uma crise hídrica. Há relatos de tumultos em pontos de venda de água e de caixas, tôneis, tinas e tambores. Um suposto saque de 700 galões de agua no Santa Rita foi descartado pela PM.

Segundo o delegado Bernardo Pena Sales, tarifar em valor maior uma mercadoria, neste caso indispensavel para a populacao, e crime contra a economia popular. A pena vai de seis meses a dois anos de prisão. Inquéritos serao abertos pela Polícia Civil e encaminhados ao Ministerio Público (MP). “Vamos orientar e fazer fiscalizações com eventuais prisões em flagrante”, avisa.

O promotor Gustavo Leite lembra que além de vender produtos com valores excessivos, em especial os de subssitência humana em período de crise como a de escassez de água em Valadares, e crime contra a economia popular negar a venda com valores originais, justos se as mercadorias estiverem disponíveis.

Sede

Viúva, desempregada e mãe de dois filhos pequenos, a dona de casa Fabia Rocha, de 40 anos, sempre usou o filtro de barro para filtrar a agua de casa. Mas sem ter o que colocar no recipiente, resolveu comprar um galão de 20 litros, mas desistiu. "Um absurdo esse preço. Melhor tentar água com os vizinhos", disse.

O advogado Haroldo Campos, de 58 anos, está revoltado com a situação. “ No Brasil nada é preventivo. Tudo vem depois, preferem consertar”, disse, ao sair de um supermercado com 20 fardos de água mineral.