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domingo, 28 de agosto de 2011

Competitivo, mercado de Água Mineral potiguar cresce


Apesar da abertura de novas empresas no estado, sindicato avalia como negativa a demanda no ano de 2011.

Por Rayane Guedes

Foto: Cedida
Vendas de água caíram 40% nos últimos cinco meses.

         O estado do Rio Grande do Norte é rico em diversos ramos de mercado, o da água mineral é um deles. Atualmente, 18 empresas atuam como engarrafadoras do produto, além de outras sete empresas que tratam da água enriquecida. A expectativa é de que até o ano de 2012, esse número supere as três dezenas. Por outro lado, o crescimento exacerbado preocupa os empresários, já que a demanda é limitada.

        Somente nos últimos 12 meses, quatro novas empresas passaram a atuar no mercado potiguar. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Cerveja, Refrigerantes, Águas Minerais e Bebidas do RN (Sincramirn), Roberto Serquiz, a expectativa é de que até o fim de 2011, outras três empresas iniciem suas operações e somadas a essas, outras cinco devem lançar novas águas no mercado do RN até 2012.

        O crescimento, apesar de positivo para o consumidor, tem efeitos negativos para o empresário. “O mercado de água mineral é muito competitivo, estamos sempre buscando um diferencial para atrair consumidores, mesmo assim os últimos meses têm sido”, enfatizou Serquiz.

        A instabilidade a que se refere o empresário diz respeito não só ao aumento da oferta no mercado. O comércio de água é sazonal, se eleva entre os meses de dezembro a abril e conseqüentemente cai nos períodos chuvosos.


 

Foto: Cedida

       Para Roberto Serquiz, crescimento no número de empresas é preocupante. Segundo Roberto Serquiz, as vendas, de abril a agosto deste ano, chegaram a cair 40% em relação à média do ano. “Estamos tendo um período de chuvas muito longe, desde abril que as temperaturas caíram. Isso faz com que eu, você, todos bebam menos água, causando uma redução na vendas”, explica Serquiz.

       Apesar da sazonalidade do mercado, os índices de 2011 têm trazido preocupação para os empresários. “Se a demanda está pequena e novas empresas estão começando a funcionar, estamos dividindo um bolo cada vez menor”, registra o empresário.

        O bolo, a que se refere Serquiz, é o mercado consumidor do produto, que no caso da água mineral potiguar chega a 90% da população do Rio Grande do norte, de acordo com dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

        Para Carlos Magno, membro da Comissão Permanente de Crenologia (CPC), atualmente o mercado tem espaço apenas para as empresas “que tenham em vista a exportação”. No entanto, a água mineral do Rio Grande do Norte ainda não alcança nem os Estados vizinhos.

       Segundo o presidente do Sindicato, a explicação para a venda restrita está nos custos, já que a água é uma carga “volumosa e pesada, o que geraria um frente inviável para os empresários locais”.

        As empresas instaladas no Rio Grande do Norte têm, em geral, um perfil que varia entre médios e pequenos empreendimentos. Elas empregam , cada, entre 20 a 50 funcionários, produzindo por dia cerca de 5.000 garrafões de 20 litros de água por dia.

        Para que uma fábrica engarrafadora de água se instale é preciso que um planejamento de impacto. “Toda empreendimento de água mineral depende de uma área de proteção para subsistir, pois a evolução das áreas contaminadas é muito rápida pela urbanização sem um estudo do Plano diretor”, declara Carlos Magno. Segundo o especialista na área, é essencial que a implantação de um empreendimento para água mineral, venha acompanhado de um estudo de área de proteção para garantir o empreendimento.

       Sobre o armazenamento dentro da fabrica, o presidente do Sindicato garante que os procedimentos estão dentro da regularidade. “Na indústria nós temos trabalhos com efeitos preventivos, temos dado condições, oferecendo cursos através do Senai, Sesi e Iel, favorecendo na qualidade do serviço”, aponta Serquiz.

           Segundo o sindicato, as empresários do RN têm contado com forte oferta de cursos, qualificações e linhas de crédito. O resultado, de acordo com o empresário, “é que o ‘chão de fábrica’ [armazenamento industrial] potiguar está muito a cima da média nacional”.

       Mesmo com essa projeção positiva, o sindicato ainda considera preocupante a qualidade do armazenamento do produto no mercado. “Existe uma capilaridade muito grande na rede, muitos pequenos negócios lidam a venda de água e é preciso certos cuidados, pois se trata de um alimento que se não estiver bem armazenado pode perder sua qualidade”, esclarece Serquiz.

Zona Norte, uma oferta reprimida

A expansão do mercado de águas minerais, no entanto, ainda não alcançou todas as potencialidades do Estado. Um exemplo, citado pela Comissão Permanente de Crenologia- CPC é a Zona Norte de Natal, que possui uma demanda ainda não explorada no mercado.

“O professor Geraldo da UFRN [que trabalha com a CPC] informou que o potencial de água subterrânea [na Zona Norte] é de 180 bilhões de litros por ano, quase a mesma quantidade que é produzida de águas envasadas no mundo todo. Leve em consideração que não existe nenhuma água mineral instalada na zona norte de natal, e podemos afirmar que o RN tem grande potencial para exploração de água mineral”, declarou Carlos Magno.

Atualmente, a maior quantidade de fontes encontra-se situada nos municípios de Macaíba e Parnamirim.

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