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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Redes gaúchas ganham fôlego no mercado

Associativismo em diversos segmentos tem obtido excelentes resultados no Rio Grande do Sul Patrícia Comunello

ANA PAULA APRATO/JC



Atuação virou trunfo para resistir ao assédio na venda de imóveis, afirma Sperinde

Se a empresa é pequena, o jeito é se juntar a outras do mesmo ramo e porte para fazer frente às grandes. A operação em redes, que virou vitrine gaúcha para outras regiões do País, avança para novos setores e se especializa em áreas onde a receita se consagrou nos últimos anos, como nos supermercados.

Entre novos segmentos a aderir à estratégia estão vinícolas, fabricantes de calçados e garimpeiros. Na base da união, está a redução de custos para acessar ferramentas de gestão, adquirir produtos e alcançar clientes. Com o boom da construção civil, que se intensificou neste ano, a Rede Gaúcha de Imóveis, com 27 imobiliárias, consegue ampliar o poder de fogo das associadas. A união que completa 15 anos, uma das mais antigas no Estado, soma 7 mil ofertas em carteira em cinco cidades.

Segundo o presidente da rede, Cezar Sperinde, a atuação em grupo virou o principal trunfo para resistir ao assédio de grandes grupos de comercialização de imóveis, alguns com ações em bolsa de valores e muitos ligados a incorporadores nacionais. Sperinde destaca que a central, que tem maior número de integrantes na Capital, serve de suporte para qualificar informações dos profissionais de venda.

Um site onde são ofertados os imóveis da carteira da rede é a plataforma prioritária dos negócios. No ano passado, 160 imóveis foram vendidos por meio do site. Para este ano, a meta é crescer 20%. “Garantimos exclusividade na transação e sem perder o negócio. Um cliente que não consegue em uma empresa, pode buscar em outra da mesma rede”, destaca o presidente. O compartilhamento de cadastro assegura hoje 25% das vendas. Sperinde cita que a meta é ampliar os associados.

Somente na Capital são mil imobiliárias e a Rede de Imóveis quer levar a receita para Santa Maria e Pelotas. No Rio Grande do Sul, a Secretaria de Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai) comanda o programa redes de cooperação, que soma 260 associações, com 5,2 mil empresas e mais de 50 mil empregos diretos.

Depois de dez anos de consultoria na formação das redes, o programa busca diversificar os setores e consolidar as operações em ramos precursores como o de supermercados, farmácias e materiais de construção.

O diretor do Departamento de Desenvolvimento Empresarial da Sedai, Carlos Alberto Hundertmarker, informa que a meta é alcançar em dezembro a marca de 30 associações e aponta estreantes como associações de vinícolas do Alto Uruguai, com sede em Frederico Westphalen, de microindústrias de produção de calçados em couro, de Nova Esperança do Sul. Em Ametista do Sul, são 3 mil exploradores de pedras semipreciosas. “O foco agora é buscar diferenciais e levar a tecnologia das associações para setores que podem ganhar muito com a operação coletiva”, justifica Hundertmarker.

A área de tecnologia da informação também terá seu braço de cooperação. Ao integrar o projeto da Sedai, os grupos têm acesso à consultoria gratuita de universidades, com suporte para definir planos futuros e qualificar seus gestores. A secretaria estima que as 260 associações somem faturamento superior a R$ 3 bilhões por ano.

O diretor do departamento da Sedai informa ainda que a receita de atuação coletiva das empresas já foi copiada por diversos estados. 

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